O cotidiano e os desafios da profissão de dublador
Quem imagina que se tornar dublador é uma tarefa simples e regada, apenas, à vontade de dar vida aos personagens, engana-se.

O profissional de dublagem leva vida regrada, especialmente em relação aos cuidados com a voz, e está sempre em busca de mais capacitação. Para aqueles que conseguem, através deste esforço contínuo, buscar seu espaço no mercado de trabalho, o reconhecimento é enorme. Mas, claro, é preciso começar em algum momento.
Lia Matos tem 22 anos e quer trabalhar como dubladora. Formada em Introdução à Dublagem no Senac SP e na Universidade da Dublagem, ela sempre teve este objetivo entre suas metas profissionais. “Quando eu era muito nova, eu já gostava de dublar, colocava a televisão no mudo para deixar os desenhos à minha maneira. Como sou do interior do Estado, vim para São Paulo estudar arte dramática e tirar o DRT (Delegacia Regional do Trabalho), registro profissional de ator ou atriz obrigatório para quem deseja trabalhar com dublagem”, resume.
A jovem está em busca de suas primeiras experiências no setor. “Já fiz bancos de vozes, registro em algumas casas no qual você verifica se tem a voz apropriada para algum trabalho”. Além disso, é preciso ser conhecido por outros profissionais para conseguir oportunidades efetivas no setor. “Você precisa marcar presença durante a dublagem, para que recordem de você, e precisa de talento e vontade. Para começar a trabalhar na área, precisamos marcar registros, conversar com profissionais e saber como está o mercado. É preciso fazer o marketing pessoal”, diz.
Atualmente trabalhando em uma agência de Publicidade, curso no qual se formou na Faculdade, Lia comenta sobre as dificuldades iniciais da área. “Na dublagem, é preciso paciência. Você começa aos poucos, fazendo vozerio, que é aquele ruído de fundo, depois algumas pontas. Quando os diretores começarem a lhe notar, você vai aparecendo em alguns personagens secundários”, elenca.
Por fim, ela fala sobre os cuidados com a voz. “O recomendável é fazer aquecimento de voz todos os dias e proteger a garganta, como evitando falar muito alto. Mas mesmo para gritar temos técnicas que seguram a voz no diafragma. Precisamos também evitar comidas muito gordurosas, para que no estúdio possamos tirar todo o potencial da voz”.
Aliada à capacidade está a formação, diz Lia. “Quem quer realmente trabalhar com isso, precisa estudar. Comparar quem não tem nenhum curso com um profissional capacitado na área faz muita diferença. É preciso conhecer as técnicas da dublagem, inclusive saber a diferença entre o teatro e na atuação em geral e a dublagem”, finaliza.
Para isso, é preciso contar com instituições de ensino diferenciadas e que incluam em suas formações cursos adequados à área de dublagem. O Senac RJ oferece aulas relacionadas ao tema de desenhos animados, como Animador de Personagens 2D, Animação 3D e Operador de Áudio. Saiba mais clicando nos cursos.